Conflitos com os nativos:
Mas, ao invés de integração entre nativos e imigrantes (paraguaios e brasiguaios), o que vem ocorrendo são conflitos que se aproximam da xenofobia (aversão a estrangeiros). Os paraguaios acusam os brasileiros de ocuparem suas terras, afirmando que elas foram ilegalmente adquiridas, em prejuízo do povo nativo. Invasões lideradas por Movimentos de Sem-Terra têm ocorrido, expulsando pequenos produtores brasiguaios de suas lavouras e impedindo que eles vendam ou plantem nas terras que habitam e cuidam há pelo menos vinte anos.
Parte dos brasileiros não consegue comprovar na Justiça que são donos das terras, pois muitos fizeram acordos, quando chegaram à região, com colonos paraguaios, sem registro de títulos. Há cerca de 20 anos, o governo paraguaio demarcou e distribuiu, em alguns departamentos (estados), a título de reforma agrária 10 hectares de terra para camponeses nativos, que, por não terem intimidade com a lavoura, acabaram vendendo a gleba para brasileiros, muitas vezes em acordos verbais.
Há também os brasiguaios que possuem não só as escrituras das terras que ocupam há décadas, como também os recibos de pagamentos efetivados ao Banco Nacional de Fomento (BNF) em favor do Instituto de Bem-Estar Rural (IBR).Mas o atual presidente do INDERT - Instituto Nacional de Desenvolvimento Rural e da Terra, órgão substituto do IBR, alega que o antigo IBR emitiu escrituras falsas para os agricultores e estes enfrentam uma batalha judicial, de grande influência política, que pode terminar na perda das terras que utilizam há mais de 20 anos.
As terras em disputa estão cobertas por plantações diversas, como soja, amendoim, mandioca e algodão. Também existem alguns silos e outras benfeitorias.
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