NADA COMBINA COM DROGA - NEM A VIDA

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quinta-feira, 16 de outubro de 2008

VOCÊ EXISTE NO SEU RELACIONAMENTO




Você existe no seu relacionamento?

:: Silvia Malamud ::
Cláudia e sua história:

- Claudia, em sua queixa principal, situava-se na dificuldade que tinha em se desvincular das lembranças nostálgicas que envolviam um namorado que teve antes do atual. Contou, com a voz embargada pelas fortes emoções, que havia permanecido por quatro anos com ele, e que ela mesma rompera o relacionamento, mas que ainda sofria com tudo o que havia acontecido. Revelou ter passado uma adolescência achando-se feia e com a certeza de que ninguém, em sã consciência, iria gostar dela. Lembrou-se que o irmão vivia confirmando essa sua suspeita dizendo que a mesma era pavorosa. Como conseqüência, acabava gostando de quem não gostava dela e constantemente sentia-se solitária. Foi ao entrar na faculdade que conheceu este seu ex-namorado. Ele estava um ano na sua frente.

Cláudia definiu o relacionamento como algo de maravilhoso, dizendo que vivia totalmente para ele e ele para ela. Não percebia na época, mas acabou se afastando de tudo e de todos. “Tínhamos o nosso mundo e nada mais”, confirmava ela em suas falas. Isto durou até o ano em que ele terminou a faculdade. Foi então que ambos decidiram morar na Nova Zelândia, afastando-se ainda mais de tudo e de todos. “Num primeiro momento, tudo foi maravilhoso”, comenta Claudia. Durante dois anos não comprou absolutamente nada para si mesma, economizando todo o dinheiro que recebia para ajudar o namorado a completar seus estudos por lá. Tinham um projeto de se casarem e morarem lá também. Neste meio tempo, Cláudia teve que voltar para o Brasil para que pudesse continuar a faculdade e logo ao chegar por aqui percebeu o quanto havia se isolado de tudo para ficar com o namorado. Começou, então, a fazer novas amizades e quanto mais saía para conhecer pessoas, mais se sentia melhor participante do mundo e da vida.Notou que o namorado era uma pessoa legal, porém muito ciumento. Percebeu que estava anteriormente sufocada e não sabia. Quando voltou para Nova Zelândia, sentiu uma repulsa muito grande e incomum por ele. Não tinha a intenção de romper, mas algo dentro de si mesma falou mais forte. Permaneceu algum tempo lá, mas já estava diferente, ele também notou chegando até a pensar que Cláudia houvesse arrumado outro namorado...No decorrer do processo terapêutico, lembranças de episódios do passado mostravam a si mesma o quanto tinha se negligenciado como pessoa neste relacionamento e na sua vida.Em outras sessões, Cláudia queixou-se do trabalho que fazia observando que não estava mais motivada, observando também a sua dificuldade em se impor horários fixos, posto que o tipo de trabalho que exercia não a exigia neste sentido. Cláudia, na época, dirigia algumas farmácias.Em uma das sessões, revelou que todos os seus gostos pessoais, desde os mais simples até os mais íntimos eram de algum modo satisfeitos pelo ex-noivo. Falou que funcionavam como uma única pessoa e que percebia que este tipo de ação do namorado a empurrava de modo obscuro para que ela deixasse gradativamente de ter desejos e motivações pessoais. Com o tempo, os desejos e motivações passaram a ser apenas os do namorado.Contou que mesmo não sentindo prazer sexual algum com o namorado, sentia -se totalmente envolvida dentro do mundo à parte que haviam criado para ambos.Toda essa percepção se deu durante o processo terapêutico e enquanto o namorado terminava seus estudos na Nova Zelândia. No final do ano, quando o noivo retornou ao Brasil, no instante de recebê-lo Cláudia é tomada por um sentimento de intensa repulsa e acaba rompendo com o noivado. Recorda da dor que causou ao ex-noivo, mas reconhece que naquele momento só queria se sentir aliviada. Nesta época, a paciente começava a desenvolver uma amizade com o seu atual noivo (hoje ela está com outro).Neste meio tempo, a cliente contou que se aproximou mais e mais de seu atual noivo, até que começaram a namorar. Namoro este que desde o começo mostrou ser totalmente diferente do tipo de relacionamento anterior.No decorrer das sessões, revela a sua dificuldade de contato com os pais, lembra-se que desde pequena tem a sensação de nunca ter sido vista por eles. Reclama de ter uma mãe que impõe sua vontade sobre todos da família sem se preocupar com o que cada um sente e que a mãe sempre acaba vencendo a todos. Durante o processo terapêutico, Cláudia gradativamente começa a valorizar mais o seu trabalho, percebe que não é tão fácil conquistar o posto alcançado por ela e entra em contato com colegas que almejam um emprego como o seu. A paciente está em fase de organizar-se para seu casamento que será no final do próximo ano. Percebe quantas dificuldades tem em relação a limites e nota que não poucas vezes entra em atrito com o noivo quando este lhe limita os gastos. Começa a se dar conta que com o casamento, não terá mais o tipo de vida que teve com o ex-noivo. Percebe que vai ganhar em maturidade e perder na sensação de antes em que tudo podia, mas que não estava em contato com a vida como ela é: com frustrações, mas também cheia de possibilidades de conquistas.Em terapia, Claudia, ora sofre de saudades do antigo noivo e de sua vida com ele, ora revela querer casar com este noivo de agora. Passa por fortes momentos em que quer jogar tudo para o alto. Num dado momento, só pensa em dormir e se vê cheia de dificuldades para com as rotinas da vida e em outros momentos está animada com tudo.Cláudia menciona que tem um relacionamento sexual bom com o noivo e que, ao contrário do relacionamento anterior, com este sente prazer, mas também tem momentos que não quer sexo preferindo se isolar em seu mundo pessoal.

Um comentário:

Merlin the Wizard disse...

Oi Elaine,
Antes de mais nada, muito obrigado pela sua visita ao meu blog. Tenho tentado escrever para um público q é um tanto diferente, o do Orkut.. Mas escolhi esse texto basicamente pelo problema q é exposto, q diria bastante complexo, de solução q eu diria quase impossivel. Pq envolve duas circunstâncias q são dificeis a uma mulher jovem:
1- a formação castradora dos pais;
2- a descoberta de si mesma como 1pessoa(eu a chamo complexo de Eva);
Posso garantir, que ela com toda a certeza deverá viver esse conflito ad infinitum...
Bom, eu não sou psi, sou apenas um homem q já viveu bastante e q vivi muitas experiências interessantes!

Mago Merlin

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