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segunda-feira, 15 de setembro de 2008

HINO RIOGRANDENSE




HINO RIOGRANDENSE OU FARROUPILHA

A revolução farroupilha já durava mais de dois anos e o império passou a aumentar o envio de tropas para a Província de São Pedro. Depois de garantido o controle da capital gaúcha, as forças imperiais passaram a concentrar efetivos em pontos estratégicos no interior do estado. Um deles ficava na Vila de Rio Pardo. Na madrugada do dia 30 de abril de 1838, ela foi atacada pelos farrapos. A elite do exército de Bento Gonçalves estava presente: Teixeira Nunes e sua brigada de lanceiros, Davi Canabarro, João Antonio, Bento Manuel, Domingos Crescêncio, e Antonio de Souza Netto. O ataque farroupilha foi fulminante. As posições avançadas de Rincão del Rey e Barro Vermelho foram tomadas. As brigadas de cavalaria e infantaria de Bonifácio Calderón e Xavier da Cunha não resistiram ao ataque dos revoltosos. As tropas imperiais comandadas pelo general Sebastião Barreto foram derrotadas. A Vila de Rio Pardo, cidadela considerada inexpugnável, passou a ser território dos farrapos. Entre os inúmeros prisioneiros, uma banda de musica completa, que pertencia ao 2º Batalhão de Caçadores do Rio de Janeiro. Este se deslocara em 1837 para a Província de São Pedro, para reforçar os exércitos imperiais. O mestre da banda era Joaquim José de Mendanha, um mineiro de Itabira do Campo, município de Ouro Preto da província de Minas Gerais. Aos 23 anos ele se mudara para o Rio de Janeiro onde se alistou, na condição de músico, em uma unidade de infantaria do exército. Assim que terminou o combate de Rio Pardo, os integrantes da banda passaram a servir os farrapos, que os trataram com a maior deferência. Apesar de monarquista convicto, Mendanha colocava a música e seus comandados acima das questões políticas. Em poucos dias, a pedido dos líderes farrapos, ele criou o Hino Farroupilha que foi executado pela primeira vez, no dia seis de maio de 1838. Terminada a revolução, Joaquim Mendanha radicou-se em Porto Alegre. Por um período de quarenta anos ele foi o mentor da vida musical de nossa cidade, sendo o fundador da Sociedade de Música de Porto Alegre. O criador do Hino Farroupilha nunca mais saiu do Rio Grande do Sul, aonde faleceu em dois de setembro de 1885, aos 85 anos. O hino de nosso estado, circunstancialmente escrito por um mineiro, sempre se prestou a polêmicas. Uma delas diz respeito à música, que seria baseada em uma valsa de Strauss. Esta lenda foi descartada após uma minuciosa pesquisa levada a cabo pelo professor Antonio Corte Real, doutor em música pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. A outra polêmica diz respeito à letra do hino, que durante cem anos teve três versões. A primeira letra foi escrita pelo capitão farroupilha, Serafim José de Alencastro, em 1838. Um ano após, quando se festejava o primeiro aniversário da tomada de Rio Pardo, surgiu uma nova letra de autor anônimo, que ganhou um cunho de oficialidade por ter sido reproduzida no jornal O Povo, de quatro de maio de 1839. Anos mais tarde, Francisco Pinto da Fontoura, mais conhecido como Chiquinho da Vovó ou o Poeta dos Farrapos, criou novos versos para o Hino Farroupilha, que caíram imediatamente no gosto popular. O nosso hino já teve vários nomes, como Hino Farroupilha, Hino da Nação, Hino Nacional e Hino de 35. Com a proclamação da república, em 15 de novembro de 1889, ele passou a ser o hino do estado do Rio Grande do Sul e passou a ser chamado de Hino Rio-Grandense. Em 1933, quando começaram os preparativos para a comemoração do centenário da Revolução Farroupilha, coube ao Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul definir qual seria a versão oficial do Hino Rio-Grandense. Mesmo contra a opinião do Dr.Otelo Rosa, que preferia o hino com a letra do autor desconhecido, a maioria dos membros do Instituto optou em adotar o poema de Francisco Pinto da Fontoura como letra do Hino Rio-Grandense. Coube ao professor Antonio Corte Real, revisar a música escrita por Joaquim José de Mendanha, a fim de adaptá-la aos versos de Francisco da Fontoura, bem como pequenos reparos de ordem rítmica, para lhe acentuar o caráter marcial. Em sete de janeiro de 1966, o governo gaúcho através da lei 5.212, que dispõe sobre a forma e a apresentação dos símbolos do estado, oficializou em definitivo a música e letra do Hino Rio-Grandense. Ficaram assim ratificadas as decisões do Instituto Histórico e Geográfico, aprovadas em 1935. O nosso estado se orgulha de ter um hino que é conhecido e cantado, pela maioria de seus habitantes.

Por Arthur Torelly Franco


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