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quarta-feira, 21 de maio de 2008

AS QUATRO ESTAÇÕES




QUATRO ESTAÇÕES

Assim como as estações mudam, os sentimentos precisam se transformar.
Por Eda Fagundes – 12/03/2008

Sempre que pensamos nas estações do ano fazemos contato com o caráter cíclico e transitório da vida. Uma fase sucede a outra, trazendo elementos diferentes e estímulos que interferem em nossa vida de várias maneiras. Muda a paisagem, a temperatura, o grau de luminosidade, o figurino, os hábitos de lazer e conduta.
Gostaria de traçar um paralelo entre as diferentes estações do ano e o impacto dessas mudanças em nosso sistema emocional e estado de espírito.
O inverno emocional geralmente é necessário para a preparação de mudanças. O momento é de menos movimento e mais reflexão e contemplação.

Começando pelo verão,
não podemos deixar de relacioná-lo ao sol e ao calor. A temperatura nos convida a sair das tocas, a diminuir as atividades sedentárias. Os dias são mais longos e convidativos aos prazeres proporcionados pelos ambientes abertos. No verão dos sentimentos (que podem ou não estar relacionados à estação lá fora) há a força explosiva das paixões e desejos. Desejo de viver, de usufruir, de aproveitar, de criar e começar algo. A cor é o amarelo, laranja e vermelho. Peles bronzeadas costumam elevar a auto-estima. Talvez seja esse o período ideal para a felicidade exuberante. É impressionante o número de pessoas que prefere o verão a qualquer outra estação. Alegria, entusiasmo e vivacidade são palavras associadas a esse período ou estado de espírito.

Contrapondo-se a tudo isso, o inverno
vem trazendo um convite ao recolhimento. O frio sugere a permanência mais prolongada em lugares fechados, abrigados e protegidos. A vida social fica mais restrita à intimidade. Algumas pessoas associam tudo isso à tristeza e melancolia. Estudos mostram uma relação direta entre alta incidência de depressão e climas muito frios, com pouca luz. O escuro prevalece e essa característica interfere diretamente no estado de espírito de um povo. O inverno emocional geralmente é necessário para a preparação de mudanças. O momento é de menos movimento e mais reflexão e contemplação. As praias lotadas dão lugar a lugares aconchegantes onde as pessoas, presas por tanta roupa, pouco podem “alargar” seus gestos e movimentos.

O outono e a primavera podem ser vistos como pontes que nos ajudam atravessar o caminho de um extremo ao outro.
Durante o outono vamos nos acostumando
a cores menos exuberantes. Parece a porta de entrada para o período que vem à frente: o inverno. A passagem é gradativa e vai nos levando a uma desaceleração lenta mas fundamental nos processos de transição.

A primavera traz a exuberância das cores e flores.
Enfeitando o que antes estava cinza e internalizado. A beleza da natureza vai nos trazendo para fora, fazendo a passagem gradual de um estado de recolhimento para o que está à frente; a intensidade do verão.

Assim é o ciclo da vida.
Na natureza e na alma.
Os sentimentos são muito mais afetados ssas circunstâncias do que a princípio nos parece.

Agora, aí vão umas perguntas que espero proporcionem uma breve reflexão.
Trocamos de fase com facilidade?
Costumamos nos fixar num determinado estado de espírito ou permitimos que o ciclo da natureza se estabeleça?
Sabemos viver as quatro estações dos sentimentos?

Sinceramente, espero que estejamos todos caminhando no sentido de permitirmos que a natureza humana fale alto em nossos sentimentos e comportamentos.

Eda Fagundes é psicóloga clínica com longa experinência nos tratamentos
de casal, família e transtornos da sexualidade. Leia mais deste autor.
MSN MULHER

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